CaÃda na pracinha
by
Sharon
- sábado, janeiro 31, 2015
Eu já tinha dado três voltas em volta do parque, revesando entre caminhada e corrida. Nesse dia reservei meia hora para colocar as melhores músicas para essa atividade, no meu celular. Como caminho com a minha mãe, não preciso levar nada para distrair, já que conversamos o caminho todo, mas dessa vez ela não estava junto.
Meia volta já caminha, faltava meia corrida para terminar os serviços do dia. Bem distraÃda, com o celular na mão ouvindo alguma cantora do momento cantar a plenos pulmões nos meus ouvidos, quando inicio a trotada final.
Algumas voltas antes passei por uma casal que bem envolvido em sua conversa me viu os ultrapassar algumas vezes, outras eles me ultrapassavam. Sabe, quando estou com a minha mãe ela costuma reparar em quantas vezes fulano passou por nós ou na velocidade que ciclano corre, já que o viu várias vezes. Sempre digo que provavelmente somos nós que estamos muito devagar, o que é somente uma indireta, pois estamos bem devagar. Ela caminha em seu próprio ritmo.
Devido a minha entrada, de cabeça, na dieta, estou me esforçando nas atividades anti-sedentarismo e por não ter feito nada além de comer no dia anterior, hoje tinha que tirar o atraso. Então estava lá, eu em minha distração pensando em nada, somente aguentando para não morrer correndo e sem conhecimento de quem gritava nos meus ouvidos.
Me lembro bem de pensar que poderia escapulir para a pista do lado e desviar do casal em minha frente. No momento que fiz isso, outro rapaz de camisa verde, que pelo porte deve correr por horas à fio, fez o caminho contrário ao meu. Ultrapassei o casal pela outra pista e #sabeseláoporque tomei um tombo. Me lembro de rolar pra esquerda depois de ter deslizado pelo asfalto. Enquanto vi meu celular pular da minha mão e se arrastar pelas pedras, ganhando uma linda textura arranhada, me deitei e ri.
Na hora vi o rapaz de camiseta verde tentando me acudir de longe, perguntando se estava bem, mas assim que agradeci, lá se foi ele correr como vento. Averiguei o estrago do telemóvel, sacudi a grama da camiseta e voltei a correr. Com as mãos arranhadas e joelho dolorido, ultrapassei novamente o casal que não me acudiu.